Além da exclusão do quadro da PM, policial também responderá criminalmente

Foto: Expedito Lima/Folha de Pernambuco

O governador de Pernambuco, João Lyra Neto, assinou nesta quinta-feira a instauração do Conselho de Justificação que julgará o espancamento promovido pelo 2º tenente da Polícia Militar (PM) Joacy Justino contra o segurança de um bar nas imediações da Praça do Derby. A ordem do executivo será publicada no Diário Oficial desta sexta-feira e pode levar à exclusão do oficial do quadro de funcionários da PM. Além desse procedimento administrativo - que não tem prazo pré-estipulado, mas deve ser concluído dentro do período de suspensão aplicado ao acusado, no caso 120 dias podendo ser prorrogado pelo mesmo tempo - o militar responderá criminalmente, quando a Polícia Civil fechar o inquérito.
No Conselho de Justificação - formado por três oficiais superiores, no caso, major, tenente- coronel e coronel - vão ser ouvidas as testemunhas, a vítima e por último o acusado. Após analisar as provas testemunhais, técnicas (vídeos) e a defesa de Joacy, será aplicada a pena. Segundo a SDS, a versão apresentada pela advogada de defesa Silvana Duarte, de que o tenente agiu em um descontrole motivado pelo efeito do álcool, não será aceita.
    Nesta quinta-feira, prestou depoimento o amigo do militar que também agrediu o segurança Lucas Silva. Gleidnaldo Santos foi ouvido pela delegada no Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Andréa Bosch. Na última quarta-feira, o policial foi ouvido. Segundo a presidente do inquérito, houve contradição nos argumentos da dupla que cometeu o crime. Até essa quinta-feira, dez pessoas depuseram. Nesta sexta, mais cinco vão ao DHPP. São elas: o dono do bar, um funcionário e três pessoas que estavam no local no momento da ação.
    Veja as imagens da série de agressões
    O segurança Lucas Silva foi ouvindo pela segunda vez nesta quinta - a primeira foi ainda no hospital. “Reafirmei tudo que já disse. Ele me bateu com o amigo porque não permiti que ele pegasse a cerveja sem permissão. Eu não o xinguei. Só disse que ali ele deveria respeitar as normas e que não era por ser militar que poderia fazer o contrário. Ainda não consigo dormir direito. Eles quiseram me matar dando todas aquelas pancadas”, disse.